A nicotina
Saltando os verbos
20 julho, 2019
10 março, 2019
27 maio, 2018
09 maio, 2018
28 abril, 2018
08 abril, 2018
21 janeiro, 2018
12 janeiro, 2018
08 janeiro, 2018
01 janeiro, 2018
29 dezembro, 2017
26 dezembro, 2017
21 dezembro, 2017
17 dezembro, 2017
09 dezembro, 2017
07 novembro, 2017
02 novembro, 2017
30 outubro, 2017
25 outubro, 2017
21 setembro, 2017
20 setembro, 2017
19 setembro, 2017
14 setembro, 2017
04 setembro, 2017
19 agosto, 2017
05 janeiro, 2017
13 novembro, 2016
02 novembro, 2016
23 outubro, 2016
17 setembro, 2016
Tô atrasado
Que
tal exercitar o pensamento num de dia de sol escaldante, sem nuvem no
céu, com os olhos ardendo e suor escorrendo no rosto.
A estupidez
embaça a mente.
É hora de levantar-se!
A dúvida: é chegada a
hora?
Vale o esforço?
Então, de repente surge um mendigo de olhos
verdes, pele clara, cabelos loiros, vestido num terno branco com
sandálias de dedos e bolsa a tiracolo que a passos lentos passa
perto de você.
Tornou-se regra na cidade.
Você o ouve, mas não se
surpreende.
O mendigo diz em bom tom: “tô atrasado!”
Vídeo_Música:
Do the Evolution_Peral Jam
Disponível
em:
Acessado
em:
17
de Setembro de 2016.
A grande preguiça
Continuas
de cabeça para baixo.
Sentes
vontade de continuar trepado na árvore.
O
tempo esfria.
Cais
num estado de torpor letárgico.
Aumenta-lhe
vontade de ficar assim para sempre.
Começa
a achar que isso seria muito bom.
Vem-lhe
a ideia de largar a presidência da empresa.
Logo
lembra-se do luxo adquirido rápido nestes curtos 6 anos de vida
profissional.
Uma
meteórica carreira!
Traçada
desde o primeiro dia que pôs os pés na companhia, expondo ideias às
pessoas certas, nas horas certas.
Rendendo-lhes
amizades e reconhecimento.
Tudo
convertido em promoções, além de convites e mais convites para
assessorar outras grandes empresas privadas.
Odiava
ter de cumprir horários, participar de reuniões, ir a
compromissos.
Mas
não havia outra chance de vida.
Ou
era assim ou voltava ao padrão de vida anterior: sem carro, sem
casa, sem dinheiro.
Sem
quase nada!
São
6 horas da manhã.
Sentes
sede.
Bebe
a água do orvalho matinal.
Não
se dá conta disso.
Estás
com fome.
Come
algumas folhas.
Percebes
que estás sem dentes.
Sentes
vontade de ir à cozinha para tomar aquele farto café da manhã que
estás acostumado, e só depois disso decidir o que fazer, pois bem
sabia que trepado naquela árvore não chegaria a solução alguma.
Recorda-se
de já ter desejado, e decidido, não colocar nenhum implante quando,
no avançar da idade, os dentes começarem a cair.
Aceitaria
ficar banguela, numa boa.
Mas
isso já faz algum tempo, foi na última vez depois de ter sentido a
terrível dor acarretada por uma cárie.
Mais
uma vez seus sonhos parecem virar realidade.
Mas
os sonhos nem sempre são realizáveis.
Na
vida real, acordado de todo, diminui-lhes a possibilidades de
pôr ordem e tranquilidade no que depende da sua
vontade. Sentes que é impossível continuar a viver.
O
pensamento de desprezo à sua vida torna a aparecer depois de haver
desaparecido.
Desejas
morrer.
Não
tens coragem para se matar.
A
expectativa de acontecimento de algo reconhecidamente apto a
satisfazer suas necessidades são nulas.
Mas
apenas uma coisa o mantêm vivo.
Por
isso não se enraivece.
Esperarás
silenciosamente.
Tens
a convicção íntima da possibilidade do juízo final.
Vídeo_Música:
The
Robots_Kraftwerk
Disponível
em:
Acessado
em:
17
de Setembro de 2016.
15 setembro, 2016
O despertar
Imagine-se
num verão, em sua casa num condomínio afastado do centro de uma
cidade praiana.
Para você o pior momento da vida é o ato de
despertar e ter que levantar da rede postas entre duas árvores
colocadas no quintal arborizado.
Todas as vezes a mesma sensação o
persegue, não sente-se dono do próprio corpo.
Nesses
momentos preferiria ter nascido um animal selvagem sem
responsabilidade e ficar ali parado até quando percebesse uma real
necessidade de fazer algo.
E isso é recorrente.
Seus sonhos se
tornaram pesadelos.
Numa
manhã, depois de um sono mais agitados que os anteriores, viu seu
desejo se tornar realidade: agora você é uma enorme preguiça de
oitenta quilos, com dois metros de altura, trinta centímetros de
cauda, com três grandes dedos em cada pé e com unhas bastante
grossas compridas e curvadas.
Assustado grita: “vixe maria, e
agora?”, mas não ouve a voz sair nem a boca se mexer.
Agora
você está de cabeça para baixo trepado numa das árvores
visualizando a casa cujo número é 666.
Vê o laptop ali no chão e
isso o fez lembrar da pesquisa da noite anterior sobre o fim do mundo
e, também, de ter se inspirado e digitado um texto no qual se
imaginou no ano 6666 cara a cara com a besta do apocalipse.
Achou
tudo aquilo uma tremenda baboseira e o pior de todos os seus
pesadelos, e, então, fechou os olhos para voltar a dormir.
Você que
gosta de dormir muito, incompreensivelmente fica com medo, pois logo
analisou a situação e o local onde estava, acreditando que se
voltasse a dormir poderia cair daquela altura e se espatifar no chão.
Começou
a tentar ir em direção a rede e deitar-se lá até deus sabe
quando.
Mas o esforço o fez suar bastante e, era inútil, pois, a
cada centímetro ‘andado’ a energia gasta era absurdamente grande
tornando a ‘caminhada’ por demais desgastante e, pior, a rede
parecia está sempre na mesma distância, ou seja, tinha a percepção,
ainda que remota, de não sair do lugar.
Perdeu
a conta dos passos dados, parou de contar em 66.
O cansaço o abateu
totalmente a ponto de não conseguir pensar em mais nada, nem em
atitude alguma, a não ser ficar parado e deixar o tempo passar.
E
aí lembra que não estás de férias e logo logo tem de tomar café
pegar o carro e ir para o trabalho a quilômetros de distância.
O
negócio não anda bem, a empresa que você preside está no
vermelho, endividada até a alma e os diretores já pensam em demitir
algumas centenas de mães e pais de família, colaboradores seus que
até o ano passado lhes davam lucro que era repartido igualmente a
todos, mas a piora da situação da economia mundial parece não ter
solução e você acha melhor que o mundo acabe, como num filme, sem
sobrar nenhum ser humano na face da terra.
E
aí você sente que sua respiração está lenta, mas o olfato está
tremendamente aguçado, além de notar que era capaz de girar a
cabeça de tal jeito que a cara pôde ficar nas costas.
Voltando a
cabeça para o peito você pensou: preciso dormir, estou com muito
sono!
Vídeo_Música:
The Robots_Kraftwerk
Disponível
em:
Acessado
em:
17
de Setembro de 2016.
11 setembro, 2016
Céu cinzento
Sob
um céu cinzento,
gatos
pardos transam
no telhado.
Verde
oliva na rua.
Outra
vez?
Dessa vez, para desfile
no dia 7,
do antigo mês Sete.
Cuidado: cães
ladram na rua
principal!
Abismo
desproporcional na
capital.
Uma
casa, com um quarto, pra
quatro… cem bocas!
Muro alto,
casa grande, pra
dois… sem
criança!
Tradição
perpetuada.
Inutilidades das
verdades: Deus ajuda!
Ao
acordar
de madrugada: Cuidado:
cães
ladram na rua
principal!
Ah!
O Sistema: Central, corrompido; Elétrico, falido; Nervoso, abalado.
Não há remédio contra
o mal.
Aliás, ouça:
samba, veja:
futebol, pule:
carnaval e:
Tome soníferos!
Durma
bem – profundamente.
Os
mortos vivem, sim!
Vivo e vi!
Vi os vivos, mortos!
Moro e morro no
morro, na orla, no condomínio, morro em qualquer lugar,
pois sou de lugar nenhum
e vou pra todo lugar!
Eis
a hora da verdade: Cuidado: cães
ladram na rua
principal!
Cadê a saída?
Está na porta?
Está na
janela?
Ei, psiu!
Não durma!
Não sonhe!
Acorde!
Você precisa
acordar!
Cadê o amor?
Cuidado
com o abismo!
Abismo
desproporcional.
Na rua
principal: cadê
os cães?
Saíram?
Caíram?
Sumiram?
Fugiram
daqui!
Fugiram
com o amor.
Liberte-se ou
cale-se, para sempre!
Inspirado
em:
Gotham
City_Jards Macalé.
Vídeo_Música:
Gotham City_Jards Macalé
Disponível
em:
Acessado
em:
17 de Setembro de 2016.
10 setembro, 2016
Cidade alegria
Mente
sem destreza, corpo sem coragem, coração a palpitar, braços a
vacilar, mãos a tremer e pernas que guiam para uma única direção.
A crueldade atual, neste vão de tempo, parece implorar contos de alento.
Avante! Com cautela, a espera de um momento propício, sem dizer besteira, e a cada segundo segurar um conto num canto da mente, em algum lugar profundo.
Mas que de repente, tudo se torna um eterno silêncio, como num sonho de criança, inventando lugares, encontrando seres estranhos, uma verdade aqui uma mentira acolá, sem perder a esperança.
Uma estória que parece história, não havendo lugar para a fantasia.
Apesar do cansaço, sempre tentar desfazer o mal que fazia, para depois de algum tempo gozar de alegria.
Assim, devagar e sempre, na cidade alegria, a casa está pronta, de laje sem garagem, invadida pela euforia de uma turma que bebia água da fonte, juventude que achava que tudo podia.
De braços abertos, sonhando sempre, guardar na lembrança uma lua que irradia a trilha de um andarilho que deixou trilhas na cidade do encanto e da fantasia.
Entrar em cena, apesar de “totalmente perdido”, aturdido, pagando por gado e recebendo gato.
Cheiro forte de urina em cada esquina onde muita gente se alucina.
Se fizerem perguntas deixar claro a resposta: jamais dizer nunca (o amor é para sempre).
Se qualidades artísticas não vos satisfazem não é por falta de esforço.
É oportuno lembrar, de anunciar, que as características, de um ser urbano, exceto o bon vivant, é a de ter prestígio, fama e ganhar muita grana.
As despesas são altas e não recebes pelo que mereces.
Estás no vermelho.
Para dormires tranquilo, fora de uma cela, e não temeres a sombra, é preferível vender o esforço por um salário que é quase como se estivesse trabalhando de graça.
Apesar do tédio, de estar sentado num banco de praça a beira mar, é preciso fazer algo; conversar com quem está ao lado; seguir o rumo; talvez cair no mar.
Mas já não há assunto; nem destino; nem mar sem poluição.
Vídeo_Música:
O Canto da Cidade_Daniela Mercury
09 setembro, 2016
A bifurcação
Meus
vasos sanguíneos e minhas células sexuais se desfazem.
Meu cérebro já não mais existe.
Não há sinal da espinha dorsal.
Já não tenho mais olhos.
Sou
agora centenas de células, e,
em poucos instantes sou apenas uma.
Na continuação da regressão divido-me em duas partes: uma é grande, a outra pequena. Sou agora parte de um Homem.
Uma está em repouso, a outra em
movimento.
Sou agora parte de uma Mulher.
No corpo de um Homem: sou um de seus menores elementos constitutivos.
Já no corpo de uma Mulher: sou um de seus maiores.
Vídeo_Música:
U Can’t Touch This_MC Hammer
Disponível
em:
Acessado
em:
13
de Setembro de 2016.
Navalhas afiadas
Um
dia de verão, à sombra de uma árvore, num parque da cidade,
contemplo o céu azul.
Deixo o livro aberto em meu peito nu.
Reflito
sobre as palavras lidas, escritas, uns dias ditas.
“Os hipócritas
e os orgulhosos tentam por todos os meios multiplicar o engodo fácil
do prazer.
Os incautos, defensores, já sabem o que fazer”.
É
difícil evitar, impossível se afastar.
“Não me alcançarão
agora!
Terão de esperar.
A minha hora vai chegar, eu sei!
Mas não
agora, agora Não!
Um dia me entregarei”.
Vídeo_Música:
Sangue de Bairro_Chico Sciense & Nação Zumbi
Disponível
em:
Acessado
em:
13 de Setembro de 2016.
Regressão
Que
coisa!
Pareço estar nos meus tempos de criança e, certamente estou.
Corro por entre móveis rústicos, televisões em preto & branco
e vitrolas.
Saio pela porta da casa ampla e arejada.
Passo
por um belo jardim e vejo Dodge Darts, Ford Mavericks, Landaus e
Karmann Ghias estacionados ao longo de uma rua arborizada e cheia de
crianças gritando e pulando de alegria.
Vou
regredindo, engatinhando entre paredes, sigo sorrindo em direção a
um braço aberto que carregando lança-me ao alto sem largar minhas
mãos descrevendo um círculo no ar, várias e várias vezes.
E após
parar essa ação choro querendo mais.
Sou novamente puxado para cima
– volto a sorrir.
Vou
regredindo ainda mais.
Sou abraçado com carinho e com afeto.
Com
todo cuidado me é oferecido um peito para saciar a fome.
Sugo o
leite com sofreguidão.
Depois de um tempo sou balançado acompanhado
de cânticos produzido por uma voz suave e bela.
Isso
me faz adormecer – durmo o mais belo dos sonos nos braços daquela
que me dá calor, abrigo e proteção.
Vou
regredindo…
Vídeo:
A Morte do Rei de Barro
Disponível
em:
Acessado
em:
12 de Setembro de 2016.
O ultimato
Acheguem-se!
A missa vai começar em
meio a Santos e orações: Anjos demoníacos.
Haja
inveja, solidão e descaso.
Num mar de mentes fracassadas muitos já
desistiram da vida, alimentando
a
morte, manipulando pensamentos.
A
ferrugem corrói os laços de amizade.
O sistema continua a corromper
a mais singela das belas criaturas.
E, a humanidade está por um fio:
suicídio, suicídio, suicídio!
O Demo Ri!
Não adianta se esconder:
o pânico predomina.
Guerreiros aniquilados, desamparados,
desempregados.
Não há por quem lutar!
Não há por quê lutar!
Entre
muito choros, a mais pura alegria.
A energia se esvai numa diversão
sanguinolenta de brutal desproporcionalidade transparecendo ser bicho
e gente, tudo igual.
E o jogo, inda num tá no final.
O
perdedor se alivia com a morte, o descanso eterno.
O vencedor curte
as regalias da vida: comida, bebida, fartura numa noite fria.
E a
cabeça rodando em meio a restos de cigarro.
Que porcaria!
Quanta
porcaria!
Desde
o nascimento, durante a vida e após a morte usufruir do bem-querer
dinheiro, fama e poder. Mas assim não dá.
Deus
desistirá!
Deus já deu o ultimato, já deu o sinal, marcou a hora,
marcou a data do final de uma era.
Deus entregou a Terra ao Demônio.
Deus entregou, também, os humanos.
E
o Diabo, agora, está chamando um por um para prestar conta.
E os que
dele não compartilhar para Deus vai voltar.
E quando para Deus
voltar vais ficar de joelhos para se perdoar.
Vais ficar rastejando,
implorando, pedindo, chorando para A Deus voltar!
O Diabo te
responderá: Adeus!
Não vais voltar: o inferno é seu lugar.
E
os filhos do Demo já estavam acreditando que eram filhos de Deus!
Já
estavam se acostumando…, e, até gostando!
Vídeo_Música:
Iron Man_Black Sabbath
Disponível
em:
Acessado
em:
12 de Setembro de 2016.
29 agosto, 2016
Sob controle
Oh
vida!
Oh céus!
Levanto e bebo um café.
Me preparo para ir
trabalhar.
Ao ligar o rádio ouço
músicas e notícias.
Quanto horror!
Quanta mentira!
Quanta besteira!
Me
sinto cercado.
Me dá vontade de evaporar!
Ao
entrar numa loja, compro juízo.
Encontro, de repente um
guarda.
Vejo, de repente um
aviso: “Pavor
Ser jovem!”
Me torno executivo.
Me prendo num apartamento.
Subo na
vida.
Faço sucesso!
Sou bem-comportado.
Tento a fé.
Sinto o ardor.
Sei
qu’é tudo armação!
Sinto-me imobilizado!
Sinto-me controlado!
Saio
do meu controle.
Não mais o vejo.
Tento tê-lo de volta.
Recupero-o,
mas, o
perco.
Sob todas as coisas.
Sob tudo.
Sobre tudo aprendo.
Mas antes
de tudo e sobretudo: estou sob controle, Total.
Inspirado
em:
Controle Total_Camisa de Vênus.
Vídeo_Música:
Controle total_Camisa de Vênus
Disponível
em:
Acessado
em:
17 de Setembro de 2016.
27 julho, 2008
Ganhar ou perder
Quando
não consigo alcançar uma meta, ou realizar um sonho, tendo a culpar
alguém ou alguma coisa que me impediu de chegar ao objetivo.
Se sou comandante de minha vida, como alguém pode ter culpa do meu fracasso?
Se sou comandante de minha vida, como alguém pode ter culpa do meu fracasso?
É
mais fácil culpar os outros.
Dessa forma não reconheço meus erros.
Mas esses erros fazem parte do meu crescimento.
Reconhecê-lo não é
sinal de fracasso, mas de vitória.
Admiti-lo, é sinal de
amadurecimento.
Um passo para não voltar a cometer o mesmo deslize.
Avançarei
rumo ao objetivo, sempre.
Às
vezes tenho um desejo e deixo de realizá-lo por medo ou por vergonha
do que os outros vão pensar.
E aí deixo de fazer coisas para o meu
crescimento.
Quando
criança, ao aprender a andar, levei muitos tombos.
Mas continuei
tentando até conseguir.
Cresci e comecei a me limitar.
E parei de
tentar.
Hesitei, e hesito várias vezes.
De agora em diante, pensarei
no que é importante para mim, e quanto vale a pena tentar.
Não me
limitarei em função dos outros.
Acredito que o resultado será
importante.
Ganhar ou perder fará com que eu seja uma pessoa cada vez melhor.
Vídeo_Música:
Dog eat dog_AC/DC
Disponível
em:
3 de Setembro de 2016.
21 julho, 2008
Noite
Noite:
companheira, parceira, reveladora.
Venero-te; contemplo-te.
Noite:
verte Tua escuridão sobre mim.
Serviçal dos eleitos.
Régia,
reges-me.
Noite:
conhecida de muitos.
Desajuizadora dos tolos.
Noite:
irmã dos Deuses e Deusas.
Leito de sono.
Embaladora de sonhos.
Das
crianças descanso.
Noite:
moldura de amor.
Estou sob Ti.
Com Te extasio-me.
Alegro-me quando Tu
chegas.
Esplendoroso adorno do Universo.
Manto de beijos secretos.
Painel estrelado do sertão.
Noite:
saibas que sou seu fã; seu
eterno sacerdote.
Oh! Rainha do espaço.
Noite:
de infinito poder sobre os homens.
Abaixo de Ti, todos.
Agrupas
corpos nus.
Noite:
sinônimo de mulher.
Chamas o sol.
Noite:
escolhida dos poetas.
Dos amantes, deslumbre.
A cidade sob Te
prostra-se.
Não há luz que Te ilumine.
Não Te clarearão jamais.
Noite:
chave e porta de rituais.
Noite:
onipresente.
Tudo toca, tudo
penetra.
Não feres flores.
Estrada da contínua existência.
Derramas sobre os corpos Teu orvalho.
Noite:
de Ti falem como nenhuma outra coisa.
Noite:
de encantadora volúpia.
Unes e desunes.
Criadora do mundo; dona
do silêncio; irmã
da eternidade; livro
dos profetas; lar
dos loucos por amor.
Noite:
tudo podes.
Desejos realizas.
Noite:
Rainha do Céu.
Escritora das ocultas escrituras.
Testemunha de
sacrifícios.
Noite:
Templo de repouso.
Ministério da labuta.
Noite:
companheira dos viajantes, professora
dos notívagos, mãe
da vigília, dona
do neon.
Noite:
amante da Lua, palco
do amor.
Noite:
assim seja para todo o sempre!
Disponível em:
Vídeo_Música:
Canto para a minha morte_Raul Seixas
4 de Setembro de 2016.
Assinar:
Postagens (Atom)