10 setembro, 2016

Cidade alegria

Mente sem destreza, corpo sem coragem, coração a palpitar, braços a vacilar, mãos a tremer e pernas que guiam para uma única direção. 

A crueldade atual, neste vão de tempo, parece implorar contos de alento. 
Avante! Com cautela, a espera de um momento propício, sem dizer besteira, e a cada segundo segurar um conto num canto da mente, em algum lugar profundo. 
Mas que de repente, tudo se torna um eterno silêncio, como num sonho de criança, inventando lugares, encontrando seres estranhos, uma verdade aqui uma mentira acolá, sem perder a esperança. 

Uma estória que parece história, não havendo lugar para a fantasia. 

Apesar do cansaço, sempre tentar desfazer o mal que fazia, para depois de algum tempo gozar de alegria. 
Assim, devagar e sempre, na cidade alegria, a casa está pronta, de laje sem garagem, invadida pela euforia de uma turma que bebia água da fonte, juventude que achava que tudo podia. 


De braços abertos, sonhando sempre, guardar na lembrança uma lua que irradia a trilha de um andarilho que deixou trilhas na cidade do encanto e da fantasia. 
Entrar em cena, apesar de “totalmente perdido”, aturdido, pagando por gado e recebendo gato. 
Cheiro forte de urina em cada esquina onde muita gente se alucina. 


Se fizerem perguntas deixar claro a resposta: jamais dizer nunca (o amor é para sempre). 


Se qualidades artísticas não vos satisfazem não é por falta de esforço. 
É oportuno lembrar, de anunciar, que as características, de um ser urbano, exceto o bon vivant, é a de ter prestígio, fama e ganhar muita grana. 
As despesas são altas e não recebes pelo que mereces. 
Estás no vermelho.

Para dormires tranquilo, fora de uma cela, e não temeres a sombra, é preferível vender o esforço por um salário que é quase como se estivesse trabalhando de graça. 


Apesar do tédio, de estar sentado num banco de praça a beira mar, é preciso fazer algo; conversar com quem está ao lado; seguir o rumo; talvez cair no mar. 
Mas já não há assunto; nem destino; nem mar sem poluição.

Vídeo_Música: 
O Canto da Cidade_Daniela Mercury
Disponível em: 
Acessado em: 
12 de Setembro de 2016.

Nenhum comentário: